Dados do Trabalho

Título

INSEMINAÇAO INTRAUTERINA: FATORES PROGNOSTICOS

Objetivos

Avaliar o impacto dos protocolos de estimulação ovariana e de possíveis fatores prognósticos maternos e paternos nas taxas de gravidez clínica e de nascidos vivos em ciclos de inseminação intrauterina (IUI).

Método

Estudo observacional retrospectivo de 341 ciclos de IUI realizados entre janeiro de 2016 a novembro de 2020 no HC-FMRP/USP. Foram avaliadas as taxas de gravidez clínica e nascidos vivos e os seus potenciais fatores prognósticos. O teste não paramétrico de Wilcoxon foi usado para comparar as variáveis quantitativas e o teste qui-quadrado para comparar as variáveis qualitativas com o nível de significância estabelecido em p<0,05.

Resultados

Protocolo de indução da ovulação com gonadotrofina mais letrozol e concentração de espermatozóides progressivos pós-capacitação espermática ≥ 5 milhões/mL apresentaram correlação estatisticamente significativa com a taxa de nascidos vivos (p = 0,0378 e p= 0,0253, respectivamente). Idade do casal, etiologia da infertilidade, obesidade, crescimento multifolicular, endométrio ≥ 7 mm e tempo entre o trigger com hCG e a IUI não foram associados aos desfechos primários. As taxas de gestação clínica e nascidos vivos foram, respectivamente, 8,5% e 5,3%. Entretanto, pacientes com características ideais (mulheres < 40 anos, IMC < 30Kg/m2, contagem de folículos antrais ≥ 5, parceiro < 45 anos e sêmen com recuperado ≥ 5 milhões/mL), apresentaram taxa de gestação clínica de 14,8% e de nascido vivo 9,9%.

Conclusões

O protocolo de indução com gonadotrofina mais letrozol e a concentração de espermatozóides progressivos pós-capacitação espermática ≥ 5 milhões/mL foram as únicas variáveis significativamente correlacionadas com o sucesso da IUI.