Dados do Trabalho

Título

PREVALENCIA DE ALTERAÇOES HISTEROSCOPICAS EM PACIENTES COM PERDA GESTACIONAL DE REPETIÇAO: UM ESTUDO RETROSPECTIVO

Objetivos

Determinar a prevalência de alterações histeroscópicas em mulheres com duas ou mais perdas gestacionais de repetição (PGR) e comparar a prevalência dessas alterações na presença de dois versus três ou mais abortamentos.

Método

Trata-se de estudo retrospectivo, em que foram revisados os prontuários de 114 pacientes atendidas em centro terciário, no período de janeiro de 2014 a agosto de 2022. Foram incluídas pacientes que apresentaram ao menos 2 perdas. História de perdas gestacionais sem diagnóstico ultrassonográfico ou clínico de gravidez ou história de gestação ectópica não foram contabilizadas. Dados contínuos foram descritos como média ± desvio-padrão e intervalo (mínimo-máximo). As variáveis categóricas foram descritas como percentagem. Foi realizado o teste qui-quadrado ou teste exato de Fisher.

Resultados

A idade média das pacientes foi de 33,9 ±5,6 anos, sendo a média de gestações prévias de 3,57±1,63 e o número médio de perdas de 3,08±1,51. Sessenta e nove pacientes não (60,5%) apresentaram alterações anatômicas uterinas. As alterações congênitas estavam presentes isoladamente em 18 pacientes (15,9%), sendo o útero septado/bicorno a alteração mais comum. Vinte e seis pacientes apresentaram alterações adquiridas isoladas, tais como aderências intrauterinas (12,3%), pólipo endometrial (4,3%), endometrio polipoide (1,8%) e mioma submucoso (4,4%). Não houve diferença na prevalência de alterações anatômicas em pacientes com dois abortamentos versus pacientes com três ou mais abortos (35,5% versus 42,8%, χ2=0,395, p=0,529).

Conclusões

Uma vez que a frequência de alterações anatômicas uterinas é alta em pacientes com PGR, a histeroscopia deve ser indicada, até mesmo em pacientes acima de dois abortamentos.