Dados do Trabalho


Título

RESPOSTA OVARIANA APOS CICLO DE FERTILIZAÇAO IN VITRO (FIV) EM HOMENS TRANSGENERO - RELATO DE DOIS CASOS QUE RESULTARAM EM GRAVIDEZ

Introdução

Estudos apontam que muitos homens transgêneros apresentam desejo de ter filhos. A terapia hormonal de afirmação de gênero (THAG) inclui a administração exógena de Testosterona, porem pouco se sabe sobre o impacto na reserva ovariana e qualidade oocitária.

Síntese do caso

Em 2021, dois casais: homens transgênero 35 anos (caso 1) e 32 anos (caso 2) com mulheres cisgênero foram submetidos a FIV. Os pacientes faziam uso de testosterona injetável há 8 e 7 anos, suspensa por 3 meses antes da estimulação ovariana. A contagem de folículos antrais foi de 7 e 11, respectivamente. Foram obtidos no caso 1: 5 oócitos, 4 maduros (MII), 1 blastocisto e no caso 2: 7 oócitos, 5 MII e 2 blastocistos. Ambos utilizaram sêmen de doador. A transferência embrionária foi realizada para as parceiras, resultando em gravidez clínica, sendo nascido vivo a termo, no caso 1, e abortamento retido, no caso 2.
Nos dois casos, observamos reserva ovariana reduzida e baixa resposta à estimulação (índice de FORT 57% e 45% respectivamente). A taxa de blastulação foi 33,3% e 66,7%, não caracterizando impacto negativo no desenvolvimento embrionário.

Comentários dos autores

Embora estudos prévios forneçam dados preliminares importantes, ainda existem dúvidas sobre o real efeito do uso prolongado da testosterona na função ovariana. Os estudos são observacionais; e os regimes utilizados e os níveis séricos alcançados são variáveis
Podemos concluir que o tratamento de FIV em homens transgêneros é desafiador, mas pode resultar em gravidez clínica e nascido vivo, mesmo com histórico de uso de testosterona prolongado.

Área

Reprodução assistida

Instituições

Clinica Huntington / Procriar - Minas Gerais - Brasil

Autores

LAURA MARIA ALMEIDA MAIA, LECI VEIGA CAETANO AMORIM, ERICA BECKER DE SOUSA XAVIER, RICARDO MELLO MARINHO, JOÃO PEDRO JUNQUEIRA CAETANO