Dados do Trabalho

Título

Reparo Laparoscópico com Flap de Omento combinado com ressutura por via vaginal de Deiscência de Cúpula Vaginal pós Histerectomia Total Laparoscópica.

Descriçao do caso

A deiscência de cúpula vaginal é uma complicação rara da histerectomia, mas de alta morbidade. O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico, dependendo das condições clínicas da paciente, presença de evisceração intestinal, tamanho da deiscência, lesão de bexiga associada. A abordagem cirúrgica pela via vaginal nem sempre é possível pelo risco de lesão de alça intestinal. Na via laparoscópica, não existe uma correção cirúrgica estabelecida e a técnica e manejo dependerá da experiência do cirurgião.
O uso do flap de omento na deiscência de cúpula vaginal após histerectomia pode ser uma opção para correção cirúrgica laparoscópica. Entretanto, existem poucas descrições na literatura do uso da técnica do flap de omento para correção de deiscência de cúpula vaginal.
Descrevemos o relato de caso de uma paciente de 43 anos, com diagnóstico de endometriose e indicação de tratamento cirúrgico devido a falha no controle dos sintomas com tratamento clínico. Paciente submetida à cirurgia videolaparoscópica com retirada de focos de endometriose e histerectomia total no Hospital Maternidade-Escola Cachoeirinha. Evoluiu no décimo quinto dia com complicação pós-operatória de deiscência de cúpula vaginal. Realizado reabordagem cirúrgica de urgência, na qual não foi possível a aproximação das bordas da parede vaginal, que estavam friáveis devido à manipulação recente e processo inflamatório. Optado pela realização da técnica de flap de omento para correção de deiscência de cúpula vaginal, com a liberação do omento do cólon transverso, mantendo-o preso ao estômago e ao pedículo vascular. O retalho foi levado até a pelve e fixado à cúpula vaginal através da sutura com pontos simples nas paredes anterior e posterior da cúpula. Um segundo tempo via vaginal com sutura apenas da mucosa de cúpula vaginal foi realizado. Paciente evoluiu sem intercorrências no pós-operatório, recebendo alta hospitalar cinco dias após a cirurgia de reabordagem.