IX Congresso Brasileiro de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva

Dados do Trabalho


Título

Superando Desafios no Tratamento da Endometriose: Laparoscopia Robótica com Abordagem Extensa em Compartimento Posterior da Pelve

Descriçao do caso

A endometriose é uma doença inflamatória crônica que afeta até 10% das mulheres em idade fértil. Estima-se que 8 a 12% das pacientes com endometriose tenham acometimento intestinal e, em 90% destas, o segmento colorretal é afetado.
Quando comparada à endometriose peritoneal e ovariana, a doença profunda, sobretudo com envolvimento intestinal, é mais associada a sintomas de dismenorreia, dor pélvica acíclica, dispareunia, infertilidade e sintomas intestinais como distensão abdominal, disquezia, dor evacuatória ou sangramento retal.
No vídeo, apresentamos um caso desafiador de paciente jovem, nuligesta com desejo reprodutivo, com infertilidade há 2 anos, dor pélvica intensa, dispareunia de profundidade e distensão abdominal. O exame de ressonância magnética revela lesões indicativas de endometriose profunda extensa em compartimento posterior da pelve, infiltrando região retrocervical, retrouterina, fórnice vaginal posterior e próxima a nervo hipogástrico esquerdo. Destaca-se também lesão de 2,5 centímetros em reto, distando 7 centímetros de borda anal e acometendo até camada muscular própria.
A paciente foi submetida a laparoscopia robótica para a exérese dos focos de endometriose mencionados e ressecção discoide da lesão intestinal. Durante a cirurgia, realizamos dissecção cuidadosa das estruturas pélvicas, demonstrando assim a necessidade de conhecimento apurado da anatomia, das etapas cirúrgicas e marcos a serem seguidos no tratamento da endometriose intestinal.
Destacamos também, a importância da plataforma robótica para casos de endometriose complexos com acometimento próximo a feixes nervosos, propiciando movimentos mais finos e dissecção precisa de estruturas nobres, sendo importante aliada na cirurgia poupadora de nervos.
Como resultado, obteve-se excisão completa das lesões, sem complicações pós-operatórias. A paciente evolui assintomática, com boa aceitação de dieta, melhora dos sintomas álgicos e gastrointestinais e sem queixas urinárias.
Concluímos que o treinamento cirúrgico intensivo, aliado ao conhecimento anatômico e das técnicas e plataformas operatórias mais atuais, é imprescindível para superar os desafios impostos no tratamento da endometriose profunda.

Área

Prêmio melhor vídeo de Laparoscopia

Instituições

Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) - São Paulo - Brasil

Autores

TIAGO CABREDO DANTAS, Mariana Corinti Son, Tainá de Oliveira Rocha, Leticia Sampaio Vilas Boas, Gustavo Anderman Silva Barison, Mariano Tamura Vieira Gomes