Dados do Trabalho

Título

Experiência Cirúrgica No Programa De Endometriose Do Hospital Maternidade-Escola Cachoeirinha Em São Paulo

Introdução

Endometriose é uma doença inflamatória benigna caracterizada pela presença de glândulas e/ou estroma endometrial em locais extra uterinos. É a principal causa de dor pélvica (40-60%) e infertilidade feminina (30-50%). As decisões de tratamento cirúrgico são individualizadas e as principais indicações são falha da terapia medicamentosa, endometrioma ovariano volumoso, suboclusão intestinal ou ureteral. Os riscos do tratamento cirúrgico estão associados à complexidade da doença e seu grau de progressão pela demora no diagnóstico e dificuldade de acesso ao tratamento. A técnica cirúrgica gold standard é a via laparoscópica permitindo a magnificação de imagens, que contribui tanto para identificação de lesões quanto para preservação nervosa e identificação de estruturas anatômicas retroperitoneais. A taxa de complicação da cirurgia laparoscópica varia entre 0,6 a 14,6 %. Em cirurgias de endometriose esses riscos se elevam devido à distorção anatômica, infiltração da doença em retroperitônio e aderências fibrosas em órgãos adjacentes.

Objetivos

Este estudo tem como objetivo analisar os números alcançados, o impacto e a eficiência cirúrgica do Programa de Endometriose do Hospital Maternidade-Escola Vila Nova Cachoeirinha (HMEC) em seus 158 dias de funcionamento.

Métodos

Esta análise se propõe a levantar o número de cirurgias realizadas e, principalmente, as complicações pós-operatórias enfrentadas pela equipe baseados na Classificação de Clavien Dindo (CCD), com necessidade ou não de reabordagem cirúrgica.

Resultados

Nesse período, foram realizadas 200 cirurgias, dentre as quais 52 envolveram histerectomia total e 171 abordagens em endometriose de compartimento posterior. Dentre as retossigmoidectomias, 28 foram do tipo shaving, 8 ressecções discóides e 24 ressecções segmentares.

Conclusões

Desse total, 6 evoluíram com complicações pós-operatórias, 3 delas com CCD Grau IIIb (com necessidade de abordagem cirúrgica sob anestesia geral), representando 1,5% do total dos casos. As complicações incluíram: infecção de sítio cirúrgico (n=3; 1,5%), deiscência de cúpula vaginal (n=1; 0,5%), fístula retovaginal (n=1; 0,5%) e fístula ureterovaginal (n=1; 0,5%).

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