Dados do Trabalho

Título

PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E DA SEXUALIDADE DE HOMENS E MULHERES TRANSEXUAIS EM SERVICO ESPECIALIZADO EM SAO PAULO

Objetivos

Comparar aspectos sociodemográficos e da sexualidade de homens e mulheres transexuais em vigência de hormonioterapia para afirmação de gênero

Métodos

Estudo retrospectivo transversal, baseado em um levantamento de dados de homens e mulheres transgêneros em seguimento no Centro de Saúde Escola Barra Funda de 2020 a 2023. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquis da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, sob o número do CAAE: 69239723.2.0000.5479. Os seguintes dados foram coletados: Idade, Cor da Pele, Crenças religiosas, Nível de educação, Orientação Sexual, Idade na primeira relação sexual, Trabalho sexual, Situação de trabalho, Acesso à saúde suplementar, Situação habitacional, Renda mensal média, Número de parceiros sexuais nos últimos 12 meses e Estado civil. O tamanho inicial da amostra foi de 120 indivíduos. Após critérios de inclusão e exclusão, a amostra final consistiu em 78 indivíduos. Foram calculados valores de média e desvio padrão para variáveis numéricas, e frequências e percentagens para variáveis categóricas. Para análise estatística, foram usados testes t ou ANOVA, o teste exato de Fisher e o qui-quadrado. Valores de p < 5% foram considerados estatisticamente significantes

Resultados

Os seguintes itens mostraram diferenças significantes: Nível de educação, mais alto entre mulheres trans. Situação habitacional, com maior proporção de homens trans com moradia própria. Estado civil, com uma maior proporção de relacionamentos estáveis entre homens trans. Trabalho sexual, mais prevalente entre mulheres trans. Número de parceiros nos últimos 12 meses, com um maior número de mulheres trans tendo nenhum ou mais de 15 parceiros, e acesso a saúde suplementar, mais comum entre mulheres trans.

Conclusões

Os resultados sugerem que as mulheres trans buscam ocupar espaços que lhes são de direito como saúde e educação. Porém, encontram barreiras em relação a saúde sexual e habitacional, sugerindo maior marginalização secundária ao preconceito estruturado contra mulheres.

Referências Bibliográficas

1. São Paulo. Secretaria Municipal de Saúde. Conheça a rede sampa trans. 2022. [online]. Disponível em: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/noticias/?p=325757 (14 set. 2023)
2. Connelly PJ, Marie Freel E, Perry C, Ewan J, Touyz RM, et al. Gender-affirming hormone therapy, vascular health and cardiovascular disease in transgender adults. Hypertension. 2019.