Dados do Trabalho
Título
MANEJO E DIAGNOSTICO INTRAPARTO DE ACRETISMO PLACENTARIO ASSOCIADO A INVERSAO UTERINA: UM RELATO DE CASO
Introdução
A inversão uterina é uma emergência obstétrica grave, caracterizada pelo colapso do fundo uterino na cavidade endometrial, levando a sangramentos importantes no pós-parto imediato [1]. Dentre os fatores de risco, destaca-se o acretismo placentário, onde a invasão trofoblástica ao miométrio dificulta ou impossibilita a extração placentária após o parto [2,3]. Ambas as condições requerem diagnóstico clínico imediato para controlar hemorragias e reduzir a morbimortalidade materna [4,5].
Descrição do caso
Paciente de 35 anos, G2P1C1, sem alterações clínicas, laboratoriais e ultrassonográficas no pré-natal, evoluiu para parto normal a termo. Durante a dequitação placentária, foi identificada inversão uterina associada a acretismo placentário, levando a instabilidade hemodinâmica. Devido à inversão não revertida com manobras clínicas e impossibilidade de dequitação placentária, a paciente foi submetida a histerectomia puerperal. Apresentou boa evolução pós-operatória, recebendo alta hospitalar três dias após
Relevância
O caso evidencia duas causas significativas de hemorragia pós-parto e morbimortalidade materna cuja associação não é rotineiramente descrita: a inversão uterina e o acretismo placentário. O caso também evidencia a importância do diagnóstico precoce no manejo dessas afecções
Comentários
O acretismo placentário ocorre devido à invasão anormal da placenta no miométrio. Fatores de risco incluem cicatrizes uterinas e placenta prévia [6]. O diagnóstico pode ser feito por ultrassonografia entre 18 e 24 semanas, com ressonância magnética utilizada em casos de dúvida [7]. O manejo do parto em casos de acretismo, quando precocemente diagnosticado, envolve o agendamento de parto cesariano em conjunto com equipe multidisciplinar (obstetras, cirurgião vascular, anestesista, etc.) [1]. Nos casos diagnosticados intraparto, recomenda-se mobilizar recursos de emergência, realizar controle hemodinâmico e proceder com histerectomia [7]. No caso descrito, a inversão uterina foi causada pelo acretismo, que poderia ter sido evitada com um diagnóstico precoce. Além disso, o manejo adequado da hemorragia pós-parto depende de uma equipe experiente e de uma conduta sistematizada a fim de evitar desfechos desfavoráveis
Referências Bibliográficas
1. Shrestha, R., Shrestha, S., Malla, A., et al. Acute Total Uterine Inversion: A Life Threatening Obstetrics Emergency. NJOG. 2017;12(1): 62-63.
2. Bhalla, R., Wuntakal, R., Odejimi, F., Khan, R.U. Acute inversion of the uterus. The Obstetrician & Gynaecologist. 2009.
3. Witteveen, T., van Stralen, G., Zwart, J., van Roosmalen, J. Puerperal uterine inversion in the Netherlands: a nationwide cohort study. Acta Obstet Gynecol Scand. 2013.
4. . Jerbi, M., Iraqui, Y., Jacob, D., Truc, J.B. Inversion utérine puerpérale aigue: à propos de deux cas. Gynecol Obstet Fertil. 2004;32: 224-227.
5. Santos, A.P.D. Urgências e Emergências em Ginecologia e Obstetrícia. Disponível em: Minha Biblioteca, Editora Manole, 2018.
6. Usta, I.M., Hobeika, E.M., Musa, A.A., Gabriel, G.E., Nassar, A.H. Placenta previa-accreta: risk factors and complications. Am J Obstet Gynecol. 2005;193: 1045-1049.
7. American College of Obstetricians and Gynecologists; Society for Maternal-Fetal Medicine. Obstetric Care Consensus No. 7: placenta accreta spectrum. Obstet Gynecol. 2018;132(6): e259-275. doi: 10.1097/AOG.0000000000002983.
Área
Categoria Sylla Matos para o pôster de Obstetrícia
Instituições
Santa Casa de Misericórdia de São Paulo - São Paulo - Brasil
Autores
GABRIELA BELLINI DE SOUZA, BEATRIZ CIBIN BRAGA PETARCHI, ANTONIETTA BRECHES ROSSETTO, HELENA TIBUCHESKI DOS SANTOS, LARISSA MARIA SAMARA FERREIRA, CAMILA YURIKA TOMONAGA, EDUARDO NAMURA DI THOMAZ