Dados do Trabalho
Título
RELATO DE CASO: ABSCESSO CRONICO URETRAL
Introdução
Abscessos uretrais são formações encapsuladas revestidas por epitélio escamoso estratificado, preenchidas por material purulento.¹ É uma afecção incomum5, em sua maioria, adquiridos devido a um trauma no parto ou de forma iatrogênica em cirurgias.1 Essa afecção pode ser assintomática ou acompanhada de dor e alterações urinárias.2,4
Descrição do caso
Paciente 20 anos, sexo feminino, com queixa de abaulamento uretral, dor e jato urinário fraco. Ao exame físico, visualizado abaulamento em região parauretral, ausência de drenagem espontânea e de sinais flogísticos associados ao cisto. O ultrassom transvaginal revelou cisto semi septado, com volume de 6,6cm³, junto ao terço distal da parede anterior da uretra. Foi submetida em 02/02/24 a exérese de cisto uretral. Na vulvoscopia pós-operatória, observou-se a presença de bordos de ferida operatória coaptados, sem sinais flogísticos, sem drenagem espontânea ou à expressão, em região suburetral central. O anatomopatológico revelou uma cavidade cística de 2,2 cm revestida por epitélio transicional, rota, com presença de processo inflamatório crônico rico em macrófagos. Paciente evoluiu no pós-operatório com hematúria, optando-se pela retirada da sonda vesical de demora no quinto dia pós-operatório, sem intercorrências.
Relevância
Não há consenso sobre o tratamento para cistos uretrais, mas a abordagem cirúrgica aparenta ser a melhor alternativa², apresentando menores taxas de recidiva à curto prazo³. A maioria dos cistos parauretrais em mulheres pode ser diagnosticada apenas pelo exame clínico³. Recomenda-se realizar a cistouretroscopia para excluir outras patologias, tais quais: ureterocele ectópica, o prolapso de órgão pélvico e o divertículo uretral². O quadro pode ser assintomático ou pode apresentar sintomas como uma sensação de massa palpável, desconforto ou dor, desvio do fluxo urinário, dispareunia e disúria². Em pacientes sintomáticos a remoção cirúrgica resulta em melhora das queixas urinárias e álgicas.¹
Comentários
A exérese do cisto ureteral permitiu uma melhora nos sintomas da paciente, sem complicações intra ou pós-operatórias.
Referências Bibliográficas
1. Köse O, Aydemir H, Metin O, Budak S, Sonbahar A, Adsan O. Experiences with the management of paraurethral cysts in adult women. Cent European J Urol. 2014;66(4):477-80. doi: 10.5173/ceju.2013.04.art24. Epub 2014 Jan 27. PMID: 24757549; PMCID: PMC3992454.
2. Milani R, Manodoro S, Cola A, Palmieri S, Reato C, Frigerio M. Surgical excision of paraurethral cyst. Int Braz J Urol. 2020 Mar-Apr;46(2):298-299. doi: 10.1590/S1677-5538.IBJU.2018.0761. PMID: 32022530; PMCID: PMC7025852.
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5. Romanzi LJ, Groutz A, Blaivas JG. Urethral diverticulum in women: diverse presentations resulting in diagnostic delay and mismanagement. J Urol 2000; 164:428.
Área
Categoria Ayres Neto para o pôster de Ginecologia
Instituições
Santa Casa de Misericordia de São Paulo - São Paulo - Brasil
Autores
PATRICIA ARANTES DE ACHILLES MELLO, BEATRIZ VASCONCELLOS GUSMÃO, ALICE PEREZ SAYEG, BEATRIZ MARIA VILLAR DE CARVALHO BARBOSA, SILVIA DA SILVA CARRAMÃO