Jornada de Obstetrícia e Ginecologia da Santa Casa de São Paulo

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: FISTULA VESICOVAGINAL POS FORCEPS

Introdução

Fístulas urogenitais são comunicações anormais entre o trato genital e o urinário. Podem surgir devido cirurgias ginecológicas, lesões obstétricas, trabalho de parto laborioso, além de radioterapia e patologias severas de órgãos pélvicos.
A fístula é classificada de acordo com localização anatômica e órgão com o qual se comunica. Ela comumente se apresenta com perda insensível e contínua de urina. Nas uretrovaginais, pode ocorrer perda intermitente, principalmente relacionado a movimentação.
O objetivo deste trabalho é relatar o caso de fístula vesicovaginal pós-parto fórceps tratado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

Descrição do caso

Paciente ECV, 41 anos, submetida em Outubro de 2022, a parto fórceps devido período expulsivo prolongado por distocia de rotação. Parto de recém-nascido de 3810g ocorre sem intercorrências, com a paciente propriamente analgesiada. Em revisão do canal de parto, descrita laceração de 1º grau em parede vaginal anterior, corrigida de acordo.
Em Novembro, é encaminhada à Uroginecologia por perda urinária insensível e enurese. Em ambulatório, visualizada fístula em parede vaginal anterior de 3mm, em topografia de uretra proximal. Realizado teste de azul de metileno, positivo, indicando correção cirúrgica.
No intraoperatório, confirmada fístula vesicovaginal e corrigida em duas camadas com poliglactina 3.0, em pontos contínuos. Nova cistoscopia mostrou meatos uretrais pérvios e resolução completa da mesma, sem extravasamentos ao teste de azul de metileno.
Paciente com sondagem vesical de demora no pós operatório, evolui com melhora completa da perda urinária insensível, resolução completa da fístula e mucosa vaginal íntegra.

Relevância

Fístulas urogenitais impactam significativamente na qualidade de vida dos pacientes. Além da prevenção, a correção precoce aumenta chances de melhores desfechos. Quando corretamente diagnosticadas e corrigidas durante a cirurgia primária, elas apresentam boa evolução após correção cirúrgica e com sondagem vesical de demora.

Comentários

O sucesso da correção via vaginal é esperado em 80 a 90% dos casos, corrigida com equipe especializada.

Área

Categoria Ayres Neto para o pôster de Ginecologia

Instituições

SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO PAULO - São Paulo - Brasil

Autores

BEATRIZ MARIA VILLAR DE CARVALHO BARBOSA, GABRIELA PEREIRA PRADO, SILVIA DA SILVA CARRAMÃO