Dados do Trabalho

Título

RELATO DE CASO: CIRURGIA DE MANCHESTER

Introdução

A hipertrofia de colo é uma patologia que pode ser diagnosticada e mensurada através do exame físico, com a realização de Quantificação de Prolapso de Órgãos Pélvicos (POP-Q). O diagnóstico é obtido quanto o ponto C (localizado no lábio anterior do colo) subtraído do ponto D (fundo de saco de Douglas) é maior ou igual a 4 centímetros.
Buscando opções para preservação uterina, a cirurgia de Manchester, já considerada por muitos como obsoleta, retoma seu valor e relevância cirúrgica, principalmente para as pacientes que não apresentam prole constituída ou que não desejam a retirada do útero.
O objetivo deste trabalho é realizar um relato de caso de uma paciente com hipertrofia de colo, atendida na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

Descrição do caso

I.P.F.G, 60 anos, relata sensação de bola na vagina e peso abdominal há 2 anos, associado a incontinência urinária de urgência (IUU). Refere perda 1x/dia de fezes sólidas. Em uso de imipramina 25mg/dia para IUU, com melhora do quadro; teve uma gestação, com um parto normal, RN com peso de 3800g. Ao exame físico foi identificado no prolapso de órgãos pélvicos (POP) estadio 3 e hipertrofia de colo, sem perdas urinárias. Ao estudo urodinâmico foi identificado perda urinária oculta, com pressão de perda urinária de 62 cmH2O. Como tratamento foi proposto e realizado Cirurgia de Manchester + correção da parede anterior e posterior + Sling transobsturatório e mantido a imipramina. Procedimento ocorreu sem intercorrências e paciente evolui favoralmente no pós-operatório.

Relevância

A possibilidade de gestação após a cirurgia de Manchester permite uma taxa de gestação de 21 – 33% e tem como principais complicações a dor pélvica, lesão de bexiga ou reto e sangramento intra-operatório.

Comentários

A cirurgia realizada por equipe treinada permite melhores resultados, com maiores taxas de gestação e menor incidência de efeitos adversos.