Dados do Trabalho

Título

SINDROME DE TAKOTSUBO COMO DIAGNOSTICO DIFERENCIAL DE DOR TORACICA AGUDA EM ABORTO RETIDO: RELATO DE CASO

Introdução

A incidência de casos de infarto agudo do miocárdio (IAM) em gestantes tem crescido nos últimos anos devido ao aumento da idade das mulheres e a maior prevalência de fatores de risco cardiovascular nessa população. A gravidez pode descompensar a doença cardiovascular subjacente através de alterações hemodinâmicas progressivas. Assim, é cada vez mais frequente, o ginecologista se deparar com quadros de dor torácica aguda (DTA) no pronto-socorro. No entanto, dentre outros diagnósticos diferenciais a serem considerados, a Síndrome de Takotsubo (ST) deve estar entre as principais hipóteses, pois pode resultar em complicações graves a longo prazo, como arritmias, insuficiência cardíaca, tromboembolismo e parada cardíaca.

Descrição do caso

Paciente diagnosticada com aborto retido de primeiro trimestre, evoluiu com quadro de DTA transitória durante atendimento na Santa Casa de São Paulo. Apresentou curva de troponina positiva e eletrocardiograma sem alterações. A primeira hipótese diagnóstica foi de IAM sem supra de segmento ST, porém o cateterismo cardíaco não apresentou alterações que justificassem o quadro. Paciente evoluiu com melhora clínica e optou pela conduta expectante em relação ao aborto. Apesar do manejo inicial ter sido focado nas Síndromes Coronarianas Agudas, após o resultado do cateterismo, a paciente foi encaminhada precocemente ao cardiologista, pois a ST foi considerada como principal hipótese.

Relevância

Em um contexto de pronto-atendimento obstétrico, a DTA apresenta-se como um cenário desafiador ao ginecologista. Inicialmente, devem ser consideradas hipóteses com potencial desfecho adverso grave, incluindo o IAM, destacado pela curva de troponina positiva, e a redução da oferta ao miocárdio, causados por anemia ou hipovolemia. Mas, uma vez descartadas, a ST deve ser considerada.

Comentários

Um evento emocional torna-se o desencadeador da disfunção ventricular esquerda súbita em aproximadamente 70% dos pacientes. No relato, o aborto pode ser considerado um fator estressor e a paciente foi encaminhada ao especialista para posterior confirmação diagnóstica.